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A capacidade de criar e inovar na empresa

A capacidade de criar inovação se concretiza na criação de idéias inovadoras, ações inovadoras, processos inovadores.

A capacidade de criar inovação se concretiza na criação de idéias inovadoras, ações inovadoras, processos inovadores. A intensidade com que essas competências vêm sendo requeridas, desenvolvidas e celebradas nos dias de hoje é avassaladora. Tem me chegado uma consciência do momento que se vive em nossas empresas. Observo que é um período revolucionário onde todos estão fartos de reproduzir modelos pouco eficientes. Fez-se tanto até aqui, que particularmente, ninguém quer mais fazer nada que não signifique alguma coisa de novo em sua essência, capaz de romper com os modelos que traduzem uma prática pouco original.

 
Informações oriundas de diversas partes do mundo se convergem para criar a mesma sintonia. Percebe-se gestores inquietos em busca de resultados por um modelo de formação de profissionais criativos que não seja estanque e estático.

Contudo, continua-se a crer e a fazer as coisas da mesma forma até hoje e isso aponta que há algo errado. Reflete-se de maneira diferente todos os dias, portanto é preciso rever os modelos mentais de quem atua nos processos gerenciais a fim de mudar o jeito de pensar das equipes.


O ambiente externo é provocativo no sentido de formar pessoas com grandes certezas e, quando são absolutas, tornam-se ainda mais perigosas.

Admiro pessoas com grandes dúvidas, pois nos confrontam sobre a forma com que pensamos e entendemos o mundo. Leva-nos a buscar novos níveis de compreensão. Para se mudar a prática é preciso mudar a mente, a construção do pensamento.

 
Segundo a Dra. Eunice Soriano Alencar a criatividade é um recurso precioso de que dispomos e que necessita ser desenvolvido e melhor aproveitado, especialmente neste momento da História, marcado por mudanças drásticas, incerteza, turbulência, instabilidade e fortes pressões competitivas. A sua importância é de tal ordem que a criatividade tem sido inclusive apontada como habilidade de sobrevivência para o próximo milênio. A economia mundial pede por isso, as sociedades globalizadas, o mundo digital, o país, que experimenta nos anos recentes dinâmicas de crescimento tão intensas e plurais pede por isso.

 
Formar nas empresas mentes criativas que saibam atuar em processos criativos é um desafio, pois as estruturas sociais e os programas de treinamento e desenvolvimento pelo qual todos passam é um condicionante limitador desse potencial criativo.


Primeiramente é preciso trabalhar com o bloqueio que cada indivíduo já traz consigo. Nos vários dicionários, encontra-se a palavra bloqueio definida como: imobilizado, travado, impedido. Significa que a passagem para novos modelos está fechada. O desbloqueio é a ação que o tornará capaz de atuar na solução original de problemas.


Bloqueios mentais não significam apenas dificuldades na esfera cognitiva, mas, também na esfera emocional. No domínio de aspectos culturais e na capacidade de percepção dos vários fenômenos presentes no indivíduo criativo.

Bloqueios emocionais impedem a exploração e manipulação de idéias por receio de falta de aceitação. Entre as diversas dificuldades encontradas pelo aluno pode-se listar: medo de errar, desejos intensos de segurança, preferência por julgar idéias, em vez de gerá-las, desconhecimento dos recursos internos, medo do ridículo e da crítica, concepção que o indivíduo faz de si mesmo.

 


Quanto à ausência de domínio de aspectos culturais origina-se pelo desconhecimento do conjunto de padrões culturais vigentes numa determinada sociedade. Como limitador cultural pode-se citar como elementos que dificultam o entendimento do profissional na apropriação e domínio de competências e habilidades a consideração da fantasia como perda de tempo, consideração da tradição como preferível à mudança, ênfase na razão, na lógica, senso de utilidade, desvalorização da intuição entre outros tabus.


Os bloqueios perceptivos são observados diante da dificuldade em visualizar um objeto como tendo mais de uma função, no domínio da competência ao reestruturar um problema, vendo-o sob um novo ponto de vista, na dificuldade em isolar o problema do todo e relacioná-lo a novas possibilidades, na tendência em restringir demais a área do problema, na inabilidade em ver o problema de vários pontos de vista, nos estereótipos.


Eduardo De Bono afirma que o cérebro somente pode ver aquilo que está preparado para ver. Assim, quando analisamos dados somente podemos encontrar as idéias que já temos.

Os programas de desenvolvimento e capacitação, dentro das empresas, não incluem estratégias de desbloqueio e/ou solução de problemas criando situações em que seja possível combinar, inverter, adaptar, diminuir, aumentar, substituir, exagerar, improvisar e uma variedade de posturas e ações que criam a capacidade de pensar o novo.


Creio que ao vislumbrar a possibilidade de uma nova formação profissional todo gestor se sentirá engajado com a proposta de revisão da prática empresarial. Contudo, o maior desafio está na construção pelos próprios gestores destes modelos que possam ser adaptados a sua própria realidade. Ou seja, fazer algo que realmente signifique alguma coisa além da mera reprodução de modelos que foram feitos a vida toda.


Finalizo o texto com a reflexão de Joseph Campbell, em O Poder do Mito, 1988.


"Heróis são as pessoas que se afastam da senda traçada pela tradição e ingressam na floresta densa da experiência original. A coragem de enfrentar julgamentos e trazer um novo conjunto de possibilidades para o campo da experiência para ser experimentado por outras pessoas é a façanha do herói".

 

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